Amor conjugal romano

Amor conjugal romano
James Miller

Aos olhos dos romanos, o amor era irrelevante para o sucesso de um casamento.

Veja também: A Primeira Máquina Fotográfica de Sempre: Uma História das Máquinas Fotográficas

O casamento existia para dar filhos. O amor era uma coisa bem-vinda, mas de modo algum necessária. E, em muitos aspectos, era visto como algo muito ridículo. Diminuía a capacidade de pensamento racional. Por isso, estar apaixonado não era algo a invejar.

De qualquer modo, tal como era considerado socialmente inaceitável falar de sexo, também era considerado indecente fazer demonstrações públicas de afeto amoroso. Assim, os casais não se beijavam em público - nem sequer um simples beijo na cara.

Há exemplos de atitudes romanas em relação ao amor: a devoção de Pompeu à sua jovem esposa Júlia (filha de César) era vista apenas como uma fraqueza efeminada; o afeto do velho Catão pela escrava com quem acabou por casar era visto como o desejo patético de um velho lascivo.

Ler mais : Pompeu

A cama no átrio das casas romanas era uma lembrança simbólica da própria razão de ser do casamento, os filhos. Assim, acredita-se que os casamentos romanos eram, em grande parte, assuntos contratuais, desprovidos de amor. Por isso, as relações sexuais entre marido e mulher eram, muito provavelmente, reduzidas ao mínimo e, depois, apenas com o objetivo de produzir descendência.

As tradições sociais obrigavam as esposas grávidas a abster-se de sexo e, após o parto, continuavam a fazê-lo durante um período de dois a três anos, enquanto continuavam a amamentar a criança.

Veja também: Hermes: Mensageiro dos Deuses Gregos

A mulher tinha o dever de procurar gerar filhos com o marido, tal como tinha o dever de não o trair com adversários políticos ou de não o envergonhar com comportamentos impróprios em público. Era uma companheira não no amor, mas na vida.

O seu papel, caso ele morresse, estava claramente definido: ela lamentar-se-ia, choraria e coçaria as bochechas numa demonstração pública de tristeza. A sua família choraria e ela também.

A fides da esposa romana mostrava-se talvez mais claramente quando não conseguia gerar filhos, devido à infertilidade. Se possível, afastava-se e pedia o divórcio, regressando à casa do pai, para que o marido voltasse a casar e gerasse um herdeiro. Se tal não fosse possível, era considerado correto que ela permitisse que ele tivesse concubinas e não mostrasse ciúmes em relação a elas.

Em suma, a mulher romana aparece como uma criatura faminta de amor, que anseia por qualquer sinal de afeto por parte do marido, o qual, por sua vez, faz o seu melhor para não o fazer.

A reputação dos homens famosos que demonstraram verdadeiramente o seu amor, homens como Pompeu ou Marco António, mostra até que ponto o seu comportamento era frágil. Pois apaixonar-se, ficar enfeitiçado por uma mulher, era estar sob o seu poder. E a imagem do marido dominador era algo que qualquer romano procurava evitar a todo o custo.




James Miller
James Miller
James Miller é um aclamado historiador e autor apaixonado por explorar a vasta tapeçaria da história humana. Formado em História por uma universidade de prestígio, James passou a maior parte de sua carreira investigando os anais do passado, descobrindo ansiosamente as histórias que moldaram nosso mundo.Sua curiosidade insaciável e profundo apreço por diversas culturas o levaram a inúmeros sítios arqueológicos, ruínas antigas e bibliotecas em todo o mundo. Combinando pesquisa meticulosa com um estilo de escrita cativante, James tem uma habilidade única de transportar os leitores através do tempo.O blog de James, The History of the World, mostra sua experiência em uma ampla gama de tópicos, desde as grandes narrativas de civilizações até as histórias não contadas de indivíduos que deixaram sua marca na história. Seu blog serve como um hub virtual para os entusiastas da história, onde eles podem mergulhar em emocionantes relatos de guerras, revoluções, descobertas científicas e revoluções culturais.Além de seu blog, James também é autor de vários livros aclamados, incluindo From Civilizations to Empires: Unveiling the Rise and Fall of Ancient Powers e Unsung Heroes: The Forgotten Figures Who Changed History. Com um estilo de escrita envolvente e acessível, ele deu vida à história para leitores de todas as origens e idades.A paixão de James pela história vai além da escritapalavra. Ele participa regularmente de conferências acadêmicas, onde compartilha suas pesquisas e se envolve em discussões instigantes com outros historiadores. Reconhecido por sua expertise, James também já foi apresentado como palestrante convidado em diversos podcasts e programas de rádio, espalhando ainda mais seu amor pelo assunto.Quando não está imerso em suas investigações históricas, James pode ser encontrado explorando galerias de arte, caminhando em paisagens pitorescas ou saboreando delícias culinárias de diferentes cantos do globo. Ele acredita firmemente que entender a história de nosso mundo enriquece nosso presente e se esforça para despertar essa mesma curiosidade e apreciação em outras pessoas por meio de seu blog cativante.